Dunga: o capitão do tetracampeonato mundial

Dunga fez 18 partidas em Copas do Mundo

Quem é?

Volante participou de três Copas do Mundo

Jogador é o terceiro com maior número de partidas em mundiais pelo Brasil

Capitão da Seleção Brasileira em duas Copas do Mundo, o volante Dunga é um exemplo de recuperação. De condenado a símbolo do fracasso no mundial de 1990, na Itália, virou exemplo de raça e dedicação que levaram o Brasil à conquista da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Disputou ainda a Copa de 1998, na França, em que o Brasil ficou com o vice-campeonato. Dunga é o homenageado desta terça-feira, dia 10, da coleção “Os Caras das Copas”, da Folha de S.Paulo, que traz todos os dias uma figurinha-caricatura de jogadores que se destacaram na competição. A figura de Dunga é a 275, mesmo número de dias que faltam para a abertura da Copa do Mundo do Brasil.

O estilo da Seleção Brasileira do técnico Sebastião Lazaroni, de futebol guerreiro e aplicado, fez o time ficar conhecido como seleção da “Era Dunga”, em referência ao volante que protegia com vigor, raça e dedicação a zaga brasileira. Nada mal para o jogador se o time não tivesse sido eliminado nas oitavas de final da Copa de 1990. Naquele mundial, como ocorreria nos dois seguintes, Dunga jogou todas as partidas da Seleção Brasileira. A Argentina foi a responsável pela eliminação da Seleção Brasileira, com um gol de Cláudio Caniggia após passe de Maradona. Os argentinos seguiriam até a final, quando foram derrotados pela Alemanha.

Título em 1994

Quatro anos depois, na Copa do Mundo dos Estados Unidos, Dunga já não era apenas o volante guerreiro, ganhou o posto de capitão da Seleção Brasileira. Comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira, o Brasil não mostrou o mesmo futebol que das outras vezes que conquistou a taça, mas teve vitórias históricas como os 3 a 2 sobre a Holanda nas quartas de final, quando a equipe canarinho chegou a estar vencendo por 2 a 0 (gols de Romário e Bebeto, ambos marcados no segundo tempo), mas permitiu que a Holanda chegasse ao empate com Bergkamp e Winter. Um gol de Branco, de falta, faltando nove minutos para o encerramento da partida, deu a classificação ao Brasil. A final contra a Itália é até hoje a única decisão de Copa do Mundo que terminou sem gols. O time de Parreira bateu os italianos nos pênaltis por 3 a 2, com Dunga, Romário e Branco convertendo para os brasileiros.

Campeão mundial em 1994

Vice em 1998

A Copa do Mundo da França ficou marcada para os brasileiros como um torneio obscuro pela forma como ocorreu a final: uma má explicada convulsão no atacante Ronaldo, que não o tirou da decisão, mas deixou-o completamente apático durante toda a partida. Dunga foi novamente o capitão da equipe, comandada pelo técnico Zagallo. O time brasileiro novamente tiraria a Holanda da corrida pelo título, desta vez eliminando os adversários na semifinal, com vitória nos pênaltis por 4 a 2 após empate de 1 a 1. Na final, o Brasil foi dominado pela França desde o começo, com Zidane abrindo 2 a 0 já no primeiro tempo. O terceiro gol francês foi anotado por Petit. Junto com os placares das decisões de 1958 (Brasil 5 x 2 Suécia) e 1970 (Brasil 4 x 1 Itália), o marcador da decisão de 1998 é o que tem a maior diferença de gols entre todas as decisões de Copas do Mundo.

Outros títulos

Dunga é, ao lado do goleiro Taffarel, o terceiro jogador com maior número de partidas pela Seleção Brasileira em Copas do Mundo, tendo atuado 18 vezes com a camisa canarinho em três mundiais. Na frente dele estão Ronaldo (19 jogos) e Cafu (20 jogos). Além do mundial de 1994, o volante conquistou com a seleção o título da Copa das Confederações de 1997, batendo a Austrália por 6 a 0 na final. Foi também medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, perdendo o ouro para a França após derrota por 2 a 0 na final. Dunga, que não marcou nenhum gol em Copas do Mundo, anotou dois nessa Olimpíada: nas vitórias de 3 a 1 sobre a Arábia Saudita e de 2 a 0 sobre Marrocos. O volante também foi campeão mundial sub-20, em 1983, em final que o Brasil bateu a Argentina por 1 a 0.

Técnico

Técnico do Brasil na
Copa do Mundo da África do Sul

A Seleção Brasileira foi a primeira equipe que Dunga comandou como técnico. O time da Holanda, freguês nos tempos de gramado, foi o carrasco do treinador brasileiro na Copa de 2010, na África do Sul. O Brasil foi eliminado pelos holandeses nas quartas de final, após derrota por 2 a 1. No banco da equipe canarinho, Dunga conquistou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009. Atualmente comanda o Internacional de Porto Alegre, time que o revelou para o futebol, e venceu este ano o Campeonato Gaúcho. Como jogador, além do Inter – onde foi campeão gaúcho em 1983 e 1084 -, Dunga conquistou títulos pelo Vasco (campeão carioca de 1987) e o Jubilo Iwata (campeão japonês de 1997). Jogou também no futebol italiano e alemão.

DUNGA NOS MUNDIAIS

Copa de 1990 – Itália

10 de junho – Brasil 2 x 1 Suécia (Fase de grupos)

16 de junho – Brasil 1 x 0 Costa Rica (Fase de grupos)

20 de junho – Brasil 1 x 0 Escócia (Fase de grupos)

24 de junho – Brasil 0 x 1 Argentina (Oitavas de final)

Copa de 1994 – Estados Unidos

20 de junho – Brasil 2 x 0 Rússia (Fase de grupos)

24 de junho – Brasil 3 x 0 Camarões (Fase de grupos)

28 de junho – Brasil 1 x 1 Suécia (Fase de grupos)

4 de julho – Brasil 1 x 0 Estados Unidos (Oitavas de final)

9 de julho – Brasil 3 x 2 Holanda (Quartas de final)

13 de julho – Brasil 1 x 0 Suécia (Semifinal)

17 de julho – Brasil 0 x 0 Itália – 3 x 2 nos pênaltis (Final)

Obs.: Brasil campeão mundial

Copa de 1998 - França

10 de junho – Brasil 2 x 1 Escócia (Fase de grupos)

16 de junho – Brasil 3 x 0 Marrocos (Fase de grupos)

23 de junho – Brasil 1 x 2 Noruega (Fase de grupos)

27 de junho – Brasil 4 x 1 Chile (Oitavas de final)

3 de julho – Brasil 3 x 2 Dinamarca (Quartas de final)

7 de julho – Brasil 1 x 1 Holanda – 4 x 2 nos pênaltis (Semifinal)

12 de julho – Brasil 0 x 3 França (Final)

"Os Caras das Copas"

A coleção "Os Caras das Copas" da Folha de S. Paulo é composta por figurinhas-caricaturas recortáveis com 6x5 centímetros. A primeira foi publicada quando faltavam 365 dias para a abertura da Copa do Mundo. Nos dias subsequentes, a numeração foi regredindo, fazendo a contagem regressiva para o início do Mundial. No link folha.com.br/fg16866 é possível conferir todas as imagens publicadas