Pesquisar este blog

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nilton Santos: da frustração em 1950 ao bi mundial


Nilton Santos foi convocado para quatro Copas do Mundo

Quem é?


Lateral-esquerdo foi titular nas Copas de 1958 e 1962


Jogador fez gol na estreia do Brasil na Copa da Suécia contra a Áustria


O lateral-esquerdo Nilton Santos viveu, do banco de reservas, uma das maiores frustrações do futebol brasileiro, a derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950, disputada no Maracanã, para se reerguer e ser um dos alicerces do bicampeonato mundial de 1958 e 1962. De futebol técnico, até demais para um jogador de sua posição das décadas de 1950 e 1960, o jogador é considerado um dos responsáveis pela forma de jogar dos laterais da atualidade, já que costumava partir para o ataque em uma época em que a posição era meramente defensiva. Nilton Santos é o homenageado de hoje da coleção “Os Caras das Copas”, da Folha de S. Paulo, que traz figurinhas-caricaturas de jogadores que se destacaram nos mundiais. A figura do lateral-esquerdo é a número 269, mesma quantidade de dias que falta para a abertura da Copa do Mundo do Brasil.


Chamado de A Enciclopédia pelo seu futebol inteligente e técnico, além de sua postura fora dos gramados, Nilton Santos estreou na Seleção Brasileira em 1949, em partida em que o Brasil venceu Colômbia por 5 a 0 pelo Campeonato Sul-Americano. Prestes a completar 24 anos, não foi titular da equipe comandada pelo técnico Flávio Costa, entrando no decorrer da partida no lugar de Augusto (jogador do Vasco). O Brasil conquistaria o torneio, o primeiro título de Nilton Santos com a camisa da seleção, mas o lateral-esquerdo do Botafogo não atuaria novamente na competição, permanecendo como opção no banco. O mesmo aconteceu durante todas as seis partidas da Copa de 1950, quando o Brasil também foi treinado por Flávio Costa e perdeu a final para o Uruguai por 2 a 1. Nilton Santos seria titular absoluto do Brasil nas três Copas do Mundo seguinte, tendo atuado nas três partidas da Seleção Brasileira na Copa de 1954, quando a equipe, então comandada pelo técnico Zezé Moreira, foi eliminada pela Hungria nas quartas de final após derrota por 4 a 2.


Campeão em 1958
Nilton Santos e Zagallo após a
vitória sobre a URSS em 1958
Na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, a estreia contra a Áustria foi para Nilton Santos (que jogou as seis partidas da Seleção Brasileira na competição) um presságio de que aquele mundial seria diferente. No segundo gol do Brasil, o lateral-esquerdo mostrou ao mundo seu estilo ofensivo: Nilton Santos arrancou com a bola, passou à Mazzola e continuou avançando – algo bastante improvável na época - até receber a bola novamente e bater colocado para vencer o goleiro Rudolf Szanwald. Os outros dois gols da vitória por 3 a 0 foram marcados por Mazzola. O mundial da Suécia, além do estilo agressivo de Nilton Santos, revelou ao mundo os gênios Pelê e Garrincha, que estrearam no mundial na partida contra a União Soviética, batida pelo Brasil por 2 a 0, gols de Vavá. Na final da competição, o Brasil venceu a anfitriã Suécia, de virada. Após sofrer gol aos 4 minutos de jogo, marcado por Nils Liedholm, a Seleção Brasileira fez quatro gols (dois de Vavá, um de Pelé e um de Zagallo), sofreu mais um, anotado por Simonsson, e fechou a goleada de 5 a 2 com Pelé.

Bicampeão no Chile
Quatro anos depois, Nilton Santos voltaria a ser titular nas seis partidas que conduziram a Seleção Brasileira ao título. A equipe havia trocado de treinador, com a entrada de Aymoré Moreira (irmão do técnico de 1954) no lugar do campeão de 1958, Vicente Feola. Desta vez o lateral-esquerdo não fez gol no torneio, mas um lance marcou suas apresentações. No último jogo da primeira fase, que o Brasil precisava vencer, a equipe canarinho perdia por 1 a 0 para a Espanha quando Nilton Santos fez pênalti. Antes de o juiz apitar, o lateral deu dois passos para fora da área, e o árbitro marcou apenas falta para loucura dos espanhóis. O Brasil virou o placar e venceu por 2 a 1, com dois gols de Amarildo, carimbando o passaporte para as quartas de final. Naquela Copa, a final foi contra a Tchecoslováquia. Novamente a vitória veio de virada: Masopust abriu o placar aos 15 minutos do primeiro tempo, mas Amarildo conseguiu o empate dois minutos depois. Os gols que garantiram a vitória e o bicampeonato foram anotados no segundo tempo por Zito, aos 24 minutos, e Vavá, aos 33.

Botafogo
Nilton Santos foi quatro vezes
campeão carioca pelo Botafogo
Durante toda a sua carreira, Nilton Santos defendeu apenas o Botafogo do Rio de Janeiro. A ideia de usá-lo na defesa foi do presidente do clube Carlito Rocha. O jogador era atacante quando chegou à equipe carioca em 1948, mas o presidente achou que a sua técnica poderia fazer a diferença na defesa alvinegra e determinou ao treinador Zezé Moreira que utilizasse o atleta naquele setor. Nilton Santos não gostou, mas transformou-se em um dos maiores laterais-esquerdos que o mundo já viu, revolucionando as características da posição. Com o Botafogo, foi campeão carioca em 1948, 1957, 1961 e 1962 e do Torneio Rio-São Paulo de 1962 e 1964.




NILTON SANTOS NOS MUNDIAIS

Copa de 1954 – Suíça
16 de junho – Brasil 5 x 0 México (Fase de grupos)
19 de junho – Brasil 1 x 1 Iugoslávia (Fase de grupos)
27 de junho – Brasil 2 x 4 Hungria (Quartas de final)
  
Copa de 1958 – Suécia
8 de junho – Brasil 3 x 0 Áustria (Fase de grupos)
Obs.: Nilton Santos fez o segundo gol do Brasil
11 de junho – Brasil 0 x 0 Inglaterra (Fase de grupos)
15 de junho – Brasil 2 x 0 União Soviética (Fase de grupos)
19 de junho – Brasil 1 x 0 País de Gales (Quartas de final)
24 de junho – Brasil 5 x 2 França (Semifinal)
29 de junho – Brasil 5 x 2 Suécia (Final)
Obs.: Brasil campeão
  
Copa de 1962 – Chile
 30 de maio - Brasil 2 x 0 México (Fase de grupos)
2 de junho - Brasil 0 x 0 Tchecoslováquia (Fase de grupos)
6 de junho – Brasil 2 x 1 Espanha (Fase de grupos)
10 de junho – Brasil 3 x 1 Inglaterra (Quartas de final)
13 de junho – Brasil 4 x 2 Chile (Semifinal)
17 de junho – Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia (Final)




"Os Caras das Copas"
A coleção "Os Caras das Copas" da Folha de S. Paulo é composta por figurinhas-caricaturas recortáveis com 6x5 centímetros. A primeira foi publicada quando faltavam 365 dias para a abertura da Copa do Mundo. Nos dias subsequentes, a numeração foi regredindo, fazendo a contagem regressiva para o início do Mundial. No link folha.com.br/fg16866 é possível conferir todas as imagens publicadas

Nenhum comentário:

Postar um comentário